No ano novo eu quero...
No ano novo, quero me encantar mais vezes. Admirar mais vezes.
Compartilhar mais amor. Dançar com a vida com mais leveza,
sem medo de pisarmos nos pés uns dos outros.
Quero fazer o meu coração arrepiar mais frequentemente
de ternura diante de cada beleza revista ou inaugurada.
Quero sair por aí de mãos dadas com a criança que me habita,
sem tanta pressa. Brincar com ela mais amiúde. Fazer arte.
Aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo.
Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha
caixa de lápis de cor. Devolver um brilho maior aos olhos,
aos dias, aos sonhos, mesmo àqueles muito antigos, que,
apesar do tempo, souberam conservar o seu viço.
Quero sintonizar a minha frequência com a música da delicadeza.
Do entusiasmo. Da fé. Da generosidade. Das trocas afetivas.
Das alegrias que começam a florir dentro da gente.
Bem mais do que nos outros, quero ter atenção com relação ao que sinto,
ao que vejo, ao que propago. Mais cuidado para não me intoxicar com os
apelos do medo e do pessimismo, tão divulgados nesses nossos tempos.
Usufruir mais a sábia isenção que nos permite continuar a ver o melhor
para a nossa vida e para a vida de todos os seres, apesar de tudo.
Não me importa se eu olhar na contramão: quero ter a coragem de sustentar
a minha crença de que o amor, a paz, a luz, hão de prevalecer na Terra,
e, enquanto isso não acontecer, quero dirigir também a minha energia
ao propósito de que prevaleçam em mim. Bem mais do que nos outros,
eu quero me sentir feliz. Uma felicidade que não está condicionada
à realização das coisas que, particularmente, anseio para mim.
Para a minha história nesse mundo. Para esse personagem que eu visto.
Quero, antes de qualquer outra razão, me sentir feliz por encontrar descanso
e contentamento no meu coração. Por tocar com o sentimento a preciosidade da vida.
Por saber que existem coisas para eu realizar enquanto estou por aqui.
Por acreditar que a maior proposta da idéia humana é a felicidade.
Não importa quantas nuvens eu possa ter que dissipar no ano que começa:
gente, por natureza, é sol, e eu quero viver esse lume.
-Ana Jácomo-
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on domingo, dezembro 27, 2015
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Ana Jácomo,
Juli Ribeiro
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