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Poemas infantis

Posted by: Juℓi Ribeiro in


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A AVÓ
A avó, que tem oitenta anos,
Está tão fraca e velhinha! . . .
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,


Com os desgostos humanos.
Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:

E cochila todo o dia,
E cochila a noite inteira.
Às vezes, porém,
o bando Dos netos invade a sala . . .

Entram rindo e papagueando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando . . .
A velha acorda sorrindo,

E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.

Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,

Por seus cabelos, doirados.
Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:

"Ó vovó! conte uma história!
Conte uma história bonita!
" Então, com frases pausadas,
Conta historias de quimeras,

Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas . . .
E os netinhos estremecem,

Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
— Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem . . .

Olavo Bilac
Mais sobre Olavo Bilac em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilac

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A BORBOLETA

Trazendo uma borboleta,
Volta Alfredo para casa.
Como é linda! é toda preta,
Com listas douradas na asa.

Tonta, nas mãos da criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fuguir, porfia, cansa,
E treme, e respira a custo.

Contente, o menino grita:
"É a primeira que apanho,
"Mamãe! vê como é bonita!
"Que cores e que tamanho!

"Como voava no mato!
"Vou sem demora pregá-la
"Por baixo do meu retrato,
"Numa parede da sala".

Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: "Que mal te fazia,
"Meu filho, esse animalzinho,
"Que livre e alegre vivia?

"Solta essa pobre coitada!
"Larga-lhe as asas, Alfredo!
"Vê com treme assustada . . .
"Vê como treme de medo . . .

"Para sem pena espetá-la
"Numa parede, menino,
"É necessário matá-la:
"Queres ser um assassino?

" Pensa Alfredo . . .
E, de repente, Solta a borboleta . . .
E ela Abre as asas livremente,
E foge pela janela.

"Assim, meu filho! perdeste
"A borboleta dourada,
"Porém na estima cresceste
"De tua mãe adorada . . .

"Que cada um cumpra sua sorte
"Das mãos de Deus recebida:
"Pois só pode dar a Morte
"Aquele que dá a Vida!"

Olavo Bilac

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O PÁSSARO CATIVO

Armas, num galho de árvore, o alçapão
E, em breve, uma avezinha descuidada,
Batendo as asas cai na escravidão.
Dás-lhe então, por esplêndida morada,
Gaiola dourada;

Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos e tudo.
Por que é que, tendo tudo, há de ficar
O passarinho mudo,
Arrepiado e triste sem cantar?
É que, criança, os pássaros não falam.

Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens os possam entender;
Se os pássaros falassem,
Talvez os teus ouvidos escutassem
Este cativo pássaro dizer:

"Não quero o teu alpiste!
Gosto mais do alimento que procuro
Na mata livre em que voar me viste;
Tenho água fresca num recanto escuro

Da selva em que nasci;
Da mata entre os verdores,
Tenho frutos e flores
Sem precisar de ti!

Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola,
De haver perdido aquilo que perdi...
Prefiro o ninho humilde construído

De folhas secas, plácido, escondido.
Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?
Quero saudar as pombas do arrebol!
Quero, ao cair da tarde,
Entoar minhas tristíssimas cantigas!
Por que me prendes?
Solta-me, covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade!
Não me roubes a minha liberdade...
Quero voar! Voar!

Estas cousas o pássaro diria,
Se pudesse falar,
E a tua alma, criança, tremeria,
Vendo tanta aflição,
E a tua mão tremendo lhe abriria
A porta da prisão...

Olavo Bilac

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A BONECA

Deixando a bola e a peteca,
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.

Dizia a primeira: "É minha!"
— "É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.

Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.

Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.

E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca . . .

Olavo Bilac

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Aprendi agostar de Olavo Bilac
com minha avó querida.
Quando eu tinha oito anos
ela achou que era a hora
de me apresentar a poesia.
Me fazia ler em voz alta
e sorria...
Que saudade daquelas
horas de alegria!
Hoje eu sei que
a "poesia era você vovó..."

( Juli Ribeiro )

This entry was posted on domingo, novembro 12, 2006 and is filed under . You can leave a response and follow any responses to this entry through the Assinar: Postar comentários (Atom) .

2 comentários

Minha doce Juli aqui venho visitar-te com todo o carinho e...Fiquei presa do teu blog. É LINDO DE MORRER!!!!PARABENS princesa do sonho. Somos ambas amantes de poesia, da beleza que o mundo tem apesar da fealdade que o homem lhe impõe. Amamos o belo, o puro, o verdadeiro, o singelo e o mágico da vida.
Acredita vou voltar.
UM beijo bem doce e meigo, obrigada pelas tuas visitas, volta nas asas dos sonhos. Boa semana

lindo!! Parabéns amei seu blog!!! Minha filha de 9 anos também... obrigada.

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